Simpósio do XI Enecult discute acessibilidade cultural

Simpósio do XI Enecult discute acessibilidade cultural

Simpósios XI ENECULT

Na foto, a professora Ana Rita Ferraz. Crédito da foto: Matheus Buranelli

A abertura do terceiro dia do XI Enecult, nesta quinta-feira, 13, foi marcada pela realização de seis simpósios simultâneos. Um deles, o de Acessibilidade Cultural – Políticas Culturais e Formação Acadêmica, aconteceu no auditório da Faculdade de Comunicação, e em seu primeiro dia abordou políticas culturais voltadas para a acessibilidade.

Coordenado por Ana Rita Ferraz, professora da UEFS, e Chicco Assis, do Pós-Cultura, o debate contou com duas intérpretes de libras que se revezaram para traduzir as falas, além da presença de pessoas com deficiências na plateia.

O simpósio buscou propiciar um ambiente favorável à reflexão acerca da acessibilidade cultural não apenas para o público com deficiência, mas para o artista também. A discussão perpassou por diferentes pontos relacionados ao tema, desde a acessibilidade arquitetônica, que apesar de alguns avanços ainda é ineficiente e excludente, a falta de intérpretes de libras e áudio-descrição em eventos culturais e a ausência das pessoas com deficiência na curadoria dos editais culturais.

Ana Rita Ferraz, coordenadora do simpósio e uma das expositoras da mesa, apresentou provocações sobre a Lei da Inclusão da Pessoa com Deficiência, aprovada em julho pela Presidência da República. Para Ana, é necessário refletir sobre como a lei ratifica, mais uma vez, a visão de profissionais para avaliar aquele que é ou não é deficiente, como a equipe multidisciplinar é legitimada para operar a avaliação e definir a pessoa com deficiência. Além disso, segundo ela, a lei repete o conceito de deficiência como se fosse universal e estabelece o que é ser uma pessoa com deficiência.

Durante sua exposição, Carlos Eduardo, o Edu O, artista que transita entre diversas linguagens como a performance, dança, teatro e literatura, ressaltou que apesar do que já foi alcançado, as questões que cercam a acessibilidade cultural ainda estão bastante atrasadas. Edu O pontuou a importância de se pensar também na acessibilidade do artista com deficiência, pois ele é afetado não apenas nas estruturas físicas dos espaços culturais, mas na falta de políticas culturais para as pessoas com deficiência.

Nas falas dos expositores e debatedores ficou registrada a importância de expandir as discussões e ações relacionadas à acessibilidade cultural para todas as pessoas, não somente àquelas com deficiências.

Texto de Daniele Silva