Secretário do MinC debate políticas públicas para artes

Secretário do MinC debate políticas públicas para artes

Artes & Cultura

Guilherme Varella (esquerda) e Francisco Bosco, presidente da Funarte (direita). Foto: Luca Castro

Secretário de políticas públicas do Ministério da Cultura (MinC), Guilherme Varella participou na manhã desta sexta-feira, 14, do Simpósio “Artes e Culturas” durante o XI Enecult. O encontro aconteceu no auditório I do PAF V, no Campus de Ondina da UFBA, e discutiu políticas públicas para as artes. Confira abaixo a minientrevista com Guilherme Varella.

XI Enecult – Qual o papel da Secretaria de Políticas Culturais do MinC?

Guilherme Varella – A secretaria é responsável pela Unidade Programática do Ministério da Cultura. Ela faz com que as ações de todas as áreas tenham um alinhamento e elas respondam ao objetivo geral da política que o MinC quer implementar. As ações têm que estar concatenadas, porque as políticas são transversais e colaborativas. Não há como fazer uma política de formação que não passe por várias áreas. A Política Nacional das Artes e a Política da Economia da Cultura têm que fazer parte de todo sistema do MinC.

XI Enecult – Existe algum projeto atual de estruturação das políticas públicas para a cultura?

Guilherme Varella – Sim, estamos trabalhando com a política das artes como estruturadora dos planos setoriais das linguagens artísticas e mapeamento das cadeias produtivas nas artes, como instância de diagnóstico comum do Estado e sociedade a respeito das demandas das classes artísticas. Existe uma política de Educação e Cultura que já está sendo criada e significa um grande salto qualitativo na relação entre MEC e MinC. Estamos trabalhando todo processo de economia para desenvolver participação da cultura no PIB e a internalização da cultura no sentido de emprego e renda. Sem falar na política da Cultura Viva, que valoriza a ação cultural na ponta (nos polos) e faz com que todos tenham acesso àquela produção.

XI Enecult – Sobre sua experiência no cargo de chefe de gabinete e coordenador da Assessoria Técnica da Secretária Municipal de Cultura de São Paulo, como foi?

Guilherme Varella – Foi muito importante estar na Secretaria Municipal de Cultura em São Paulo. Eu estava acompanhando o ministro Juca Ferreira (MinC), porque é no município que conseguimos ter noção de como a política das artes chega ou não na ponta. É a hora que o grupo artístico é incentivado, que o espetáculo ou determinado processo de formação acontece e vemos um museu funcionando, por exemplo. Não adianta pensar na macropolítica cultural se não conseguimos ter a noção exata se ela está funcionando na ponta. Minha experiência na secretaria municipal foi muito importante para observar pautas como culturas e cidades, discussão da mobilidade urbana, arte pública, espaços culturais da cidade, discussão da especulação imobiliária versus espaços culturais, ofertas de cultura na periferia e o planejamento urbano através da cultura.

Texto e entrevista: Dilson Ventura