Noite com apresentações artísticas e lançamento de livros enriquece confraternização do Enecult

Noite com apresentações artísticas e lançamento de livros enriquece confraternização do Enecult

Por Sidney Alaomim

A arena do prédio ainda não inaugurado do IHAC, no campus de Ondina, foi ocupada pela confraternização do Enecult nesta sexta à noite. Lançamento de livros, videomapping, boa música e acarajé: foi um pouco do que rolou na noite de sexta-feira (02), na programação do XV ENECULT. 27 publicações ligadas à área de cultura foram lançadas Entre elas, encontram-se livros pertencentes à coleção CULT e coleção Sala de Aula, por exemplo, organizadas pelo Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT) e Editora da UFBA (Edufba).

Nesta ocasião, houve o lançamento do livro “Política cultural: conceito, trajetórias, reflexões” que representa uma importante contribuição conceitual em torno das políticas culturais. A obra foi organizado pelos pesquisadores Renata Rocha e Juan Brizuela com textos do antropólogo e um dos maiores investigadores em comunicação, cultura e sociologia da América Latina, Néstor García Canclini. Constam no livro  também uma variedade de ensaios analíticos de pesquisadores com experiência no campo da Cultura como Alexandre Barbalho, Humberto Cunha Filho, Isaura Botelho, Roberto Severino e Lia Calabre.

Confira as obras que foram lançadas aqui.

Luz, Som e Política

Foi nas paredes do prédios do IHAC que a turma coordenada pelo professor da UFBA, Francisco Barreto, apresentou uma “produção de arte interativa que trata dos cortes das verbas da universidades públicas”, como nos explica Priscila Rodrigues, do Bacharelado Interdisciplinar em Artes. Em um desses trabalhos, resultado prático desenvolvido na disciplina Arte e Interatividade, lecionada pelo professor Francisco, por exemplo, uma série de publicações que tratam da produção acadêmica das universidades são trazidos para um jogo interativo em que “aparece uma tela a foto do então presidente, Jair Bolsonaro, quando você perde”, nos conta Priscila, sobre a intenção satírica da produção em que colabourou.

Sintetizadores interativos de áudio e outras experimentações visuais acrescentaram mais elementos à experiência sensorial que integrou a programação.

Atração Musical

A banda Ofá (nome dado ao arco e flecha usado pelo Orixá Oxossi, divindade da cultura yorubá) embalou a noite com um som bem marcante, trazendo referências musicais que misturam jazz, música afrobaiana e elementos de rock progressivo. Com Luan Tavares, no vocal e violão, Paulo Pita, no sax e João Paulo Rangel na bateria, as experimentações que a banda propôs, explorou arranjos e narrativas do universo afro-diaspórico brasileiro, se posicionando por meio da música, como nos conta a produtora Sabrina Fiuza, com a intenção de “trazer essas reflexões para o cotidiano e propor reflexões necessárias pra confrontar o preconceito que as pessoas possam ter com as religiões de matrizes afro”, afirma.

Com letras autorais, a banda Ofá animou a audiência atenta à performance musical, montada com poesia e improvisações. O grupo existe desde 2015 e, conforme Luan, tem procurado aproximar sua produção sonora e seu discurso à ancestralidade negra: “a gente precisa compreender como é importante conhecermos e valorizarmos a nossa ancestralidade”, pontua. Por conta disso, segundo o vocalista e estudante de música da UFBA, o processo criativo “envolve uma pesquisa estética das matrizes africanas, para além da religião, apenas, posto que conhecer a ancestralidade é uma forma de entender nossa história, particularmente diante do país racista em que vivemos”, demarca.

Ofá lançará um novo “EP” (segundo do grupo), ainda esse ano, por meio de um edital do PIBExA – Programa Institucional de Experimentação Artística, da Universidade Federal da Bahia, nos conta Sabrina. “Será uma produção que seguirá a linha de representar os orixás, como forma de homenagem” conforme a produtora. A banda ainda terá participação na mostra SESC de Música, em Setembro desse ano.

Confira fotos de Marco Correia: