ESPAÇO ABERTO EXPÕE DISCUSSÕES ACERCA DA DESCOLONIZAÇÃO

ESPAÇO ABERTO EXPÕE DISCUSSÕES ACERCA DA DESCOLONIZAÇÃO

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Foto de Liz Santana

Texto de Marcela Carvalho

Entre as que estavam sentadas no chão e nas cadeiras postas no Teatro Experimental da Escola de Dança da UFBA, cerca de 80 pessoas participaram do Simpósio Descolonização do Conhecimento e Diversidade nesta quinta-feira, 17, no terceiro dia do XII Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. O evento foi coordenado por José Márcio Barros (UEMG/ODC) e Clélia Neri Cortes (UFBA), e contou com a participação de 14 convidados – acadêmicos e representantes de culturas e comunidades -, que asseguraram a pluralidade da programação ao protagonizarem a interlocução de pensamentos e conhecimentos acerca da descolonização e da diversidade cultural.

Sobre o propósito do simpósio, José Márcio Barros, professor da UEMG e coordenador do Observatório de Diversidade Cultural (ODC), explica que a ideia é que se possa conversar e interagir para pensar a condição humana, pensar o mundo, transformar as diferenças em possibilidade de igualdade, cidadania, inclusão. “A diversidade não é a soma das nossas diferenças. Nós, aqui, somos muito diferentes, mas podemos não fazer nada sobre nossas diferenças. Diversidade pressupõe uma disponibilidade para o diálogo”, completou.

A manhã começou com um café da manhã, do lado de fora do teatro, oferecido pelos participantes e organizadores do simpósio, seguido das apresentações de dança e canto, guiados pelo índio Taquari, da etnia Pataxó, do Quilombo Kaonge, localizado no sul da Bahia. “Cantamos para nos conectar com a natureza, perceber o ambiente. Comer é sinal de união, de integração. O canto e a dança estão além de uma apresentação estética; eles são a nossa vida, estão além de tudo”, afirmou Taquari.

No encontro, entre os temas abordados, o professor da Escola de Educação da UFBA, Pedro Abib, destacou a importância da participação indígena em mais espaços. “Cadê o índio verdadeiro na escola? Até que ponto nossas mentes estão realmente descolonizadas? A gente só pode quebrar a relação de poder na colonização se dermos espaço para essas pessoas. Se a gente não fizer isso, (significa que) temos um mero discurso vazio”.

O simpósio continua nesta sexta-feira, 18, no quarto dia do XII Enecult, a ser realizado também no Teatro Experimental da Escola de Dança da UFBA.

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