Encontro destaca linguagem audiovisual no desenvolvimento da visão crítica de estudantes

Encontro destaca linguagem audiovisual no desenvolvimento da visão crítica de estudantes

XII ENECULT 2016

Foto de Marco Antônio Correia

Texto de Rebeca Almeida

Educação audiovisual foi o foco dos relatos de experiências trazidos pelos convidados Marcus Coelho (professor), Geraldo Seara (Rede Anísio Teixeira), Fátima Coelho (Rede Anísio Teixeira), Cristiane Britto (TV Pelourinho), CLIC – Curso Livre de Cinema da UFBA e o Coletivo CACINBa, na mesa coordenada pelo professor Leonardo Reis (UFBA), na tarde desta quinta-feira, 17. Mais de 50 pessoas estiveram presentes no encontro, que aconteceu no Auditório do PAF III da UFBA, no terceiro dia XII Enecult – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura.

Leonardo Reis destacou a importância do evento, em que pessoas envolvidas com a educação e o audiovisual podem encontrar seus pares, trocar experiências e incentivar novos grupos que atuam nesse tipo de atividade. “Eu tenho tido vários alunos que saíram dos cursos de cinema e se engajaram em projetos de audiovisual e educação. É uma área de trabalho que tem tido demanda tanto de pessoas que têm interesse em compartilhar o conhecimento quanto pela busca da população em geral por aprender”.

O professor Marcus Coelho narrou sua trajetória na rede estadual de ensino em Camaçari. Para ele, tudo começou quando resolveu levar para sala de aula um vídeo para seus alunos e, a partir das conversas sobre o que foi visto, a turma começou a levantar questionamentos quanto a linguagem audiovisual. “Foi assim que me deu um estalo. Eu tinha que voltar e me formar em audiovisual”.

Já o professor Geraldo Seara ressaltou a importância do audiovisual na formação de uma visão crítica dos estudantes. “É preciso ensinar a ler e escrever. Saber ler e também escrever essas imagens”, ressaltou.

Na mesma linha, a professora Cristiane Brito, coordenadora pedagógica da TV Pelourinho, destacou: “Estamos em um momento extremamente delicado, porque a educação audiovisual não treina ‘apertadores de parafuso’. A educação audiovisual vai além da técnica, além de apertar o REC”. Ela acredita que é preciso mostrar para os estudantes que as produções audiovisuais também precisam carregar algum discurso e contar histórias de diversos tipos de pessoas. “As propostas têm que incentivar a busca pela igualdade, cidadania e respeito à diversidade”.

Nova geração

Uri Menezes representou o recém-formado Curso Livre de Cinema da UFBA. Ele lembrou também que não se pode subestimar a técnica, porque esse domínio irá definir a aceitação do produto audiovisual por um maior número de pessoas. “Nossas produções precisam ocupar os espaços. Não queremos só as migalhas, não queremos apenas falar de nós para nós, queremos falar para o mundo”.

Seguindo essa tentativa de falar para o maior número de pessoas possível se insere também o Coletivo CACINBa, que busca fazer oficinas audiovisuais em diversos pontos de cultura do estado, exibir filmes em praças públicas e até mesmo nas escolas ocupadas. “O CACINBa está aí pra fazer esse circuito, exibir filmes em variados locais. Fazer com que produções baianas sejam vistas e mostrar que cinema não é coisa de outro mundo”.

O XII Enecult segue até esta sexta-feira, 18, na UFBA (Campus Ondina). Confira todas as fotos do evento no flickr.