Cultura Brasileira é debatida na 1ª mesa do ENECULT

Cultura Brasileira é debatida na 1ª mesa do ENECULT

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A mesa Culturas Brasileiras + 10 Travessias Interculturais teve como diretriz mostrar como anda a cultura brasileira e os pontos de convergências, divergências e avanços no período de 10 anos da nova configuração da cultura. Mediada pelo professor da UFBA, José Roberto Severino (CULT), a atividade contou com a presença de Zilda Iokoi, da Universidade de São Paulo (USP); Fábio Fonseca, da Universidade Federal do Pará; Márcio Meira, do Ministério da Educação; e Maria Beatriz de Medeiros, da Universidade de Brasília (UNB).

Zilda Iokoi falou do processo cultural identitário constituído no Brasil de hoje a partir das relações de trabalho de alguns povos estrangeiros que migram para o país. Segundo ela, é preciso pensar a cultura e as relações sociais levando em conta a diversidade de pensamentos, de atuações e de políticas e compreendendo a identidade como um elemento de agregação. A palestrante afirmou ainda que a resolução dos problemas sociais no país terá de passar também pela publicização e discussão dessas novas formas de migração e de trabalho. Do contrário, “pode haver um aumento da discriminação, sobretudo, da população negra e pobre”, finalizou.

Fábio Fonseca de Castro falou sobre inclusão, consumo, educação e participação social no cenário cultural dos últimos dez anos, discutindo especialmente a trajetória econômica, cultural e social das populações que ele ressalta serem invisíveis para as políticas públicas, a exemplo das populações amazônicas.

O assessor especial do Ministério da Educação, Márcio Meira, abordou especialmente a invisibilidade dos povos indígenas no Brasil. “A invisibilidade dessa população é tão notória que uma pesquisa realizada em 2010 identificou que mais de 70% da população brasileira não sabem nada sobre os povos indígenas e apenas cerca de 10% conhecem algo. Isso se reflete na garantia dos direitos dessas populações. Mesmo assim, tivemos avanços, pois, nos últimos 15 anos, passamos de uma política de tutela, de apagamento e de conversão para uma política de afirmação de direitos, de reemergências das identidades étnicas”, conclui.

Finalizando a mesa, Maria Beatriz de Medeiros trouxe como temática os Corpos Informáticos, que ela classificou como “uma forma de (in)ventar brasilidades, novas maneiras de pensar as palavras e de criar outras palavras para pensar a arte e a relação entre corpo e tecnologia, entendendo a performance como linguagem.